Crédito habitação: juros voltam a cair para 4,091% em dezembro

Já prestação da casa mantém-se estável, o que pode estar relacionado com o aumento do capital em dívida, revela o INE.
21 jan 2025 min de leitura

As recentes descidas da Euribor e a contratação de taxas mistas mais acessíveis têm contribuído para a diminuição dos juros nos contratos de crédito habitação em Portugal. E em dezembro voltou a registar-se este decréscimo das taxas para 4,091%, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). Esta trajetória é ainda mais notória nos novos empréstimos da casa, com os juros a cair para 3,349% no último mês do ano passado.

“A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação diminuiu para 4,091% em dezembro, traduzindo uma descida de 9,5 pontos base (p.b.) face a novembro (4,186%)”, revelou o INE no boletim publicado esta segunda-feira, dia 20 de janeiro. Desde o máximo atingido em janeiro de 2024 (de 4,657%), os juros acumularam uma redução de 56,6 p.b..

Para o destino de financiamento aquisição de habitação – aquele que é considerado “o mais relevante” pelo INE -, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 4,057% (-9,2 p.b. face a novembro).

Tendo em conta a totalidade dos contratos, a prestação da casa fixou-se em 403 euros mensais (em média), mantendo o valor verificado no mês anterior e mais 3 euros (0,8%) que em dezembro de 2023. Desde valor, os juros continuam a ter o maior peso:

  • Pagamento de juros: corresponde a 230 euros (57% do total);
  • Capital amortizado: 173 euros (43%).

Estes dados do INE revelam, assim, que a prestação da casa não está a descer à medida que caem os juros. E isto pode estar relacionado com o aumento do capital médio em dívida, que para a totalidade dos contratos aumentou 341 euros, para 68.470 euros em dezembro.

Taxa de juro implícita no crédito habitação

Totalidade de contratos de empréstimos da casa


jan/14jan/15jan/16jan/17jan/18jan/19jan/20jan/21jan/22jan/23jan/240,000,501,001,502,002,503,003,504,004,505,00%
Taxa de juro
Fonte: INECriado com Datawrapper

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Novos créditos habitação com juros a descer para 3,349%

Olhando para os créditos habitação contratados entre outubro e dezembro, os juros são bem inferiores, seja pela contratação de taxas mistas de valor mais acessível, seja pelas recentes descidas da Euribor (todas as taxas estão em torno de 2,5%).

Assim, o INE revela que “nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro fixou-se em 3,349%, 7,4 p.b. inferior à observada no mês precedente, sendo, neste caso, de 103,1 p.b. a diminuição acumulada desde o máximo atingido em outubro de 2023”. Também para a compra de casa, os juros caíram 7,2 p.b. num mês, fixando-se em 3,333% em dezembro.

Nos créditos da casa mais recentes (assinados nos últimos três meses), o valor médio da prestação da casa também manteve o valor de novembro, de 632 euros, o que corresponde a uma descida de 2,9% em termos homólogos. Isto também pode ser explicado pelo aumento do montante médio em dívida de 267 euros para 140.135 euros em dezembro.

Evolução dos juros nos novos créditos habitação

Taxa de juro implícita nos créditos habitação celebrados nos últimos 3 meses (%)


2010201220142016201820202022202401122334455%3,349%
Fonte: INECriado com Datawrapper

Como evoluíram os juros ao longo de 2024?

Embora 2024 tenha sido marcado por descidas dos juros no crédito habitação, o instituto revela que a taxa de juro média anual implícita fixou-se em 4,372% durante o conjunto do ano, um valor bem superior ao registado em 2023 (3,612%). Isto pode ser explicado pelo facto de os juros terem começado a cair lentamente a partir do máximo registado em janeiro de 2024. Também no destino de financiamento aquisição de habitação, a taxa de juro média subiu de 3,589% em 2023 para 4,362% em 2024.

Neste sentido, “a prestação média anual vencida para o total do crédito habitação subiu 42 euros em 2024, para 404 euros”, lê-se no boletim. E o mesmo se observou no destino de financiamento de compra de casa: houve uma subida de 47 euros entre 2023 e 2024, fixando-se em 443 euros.

Além de os juros médios terem estado mais elevados ao longo de 2024, este aumento da prestação da casa também pode ser explicado pelo crescimento do capital médio anual em dívida, quer para o total de crédito, quer para aquisição de habitação, que passou de 63.459 euros e 70.962 euros em 2023, respetivamente, para 66.508 euros e 73.917 euros em 2024. 

Fonte: Idealista News

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