Crédito habitação: Mitos e realidades

A formalização de um crédito habitação na compra de uma casa é um processo com bastante burocracia. Contudo, existem vários mitos sobre esta operação financeira. Se vai recorrer a um empréstimo, conheça todos os pormenores a que deve dar especial atenção.
01 jul 2022 min de leitura
Mito 1: Spread do crédito habitação é o indicador mais relevante para analisar várias propostas
Quando se procura um financiamento, diversas pessoas centram-se em obter o spread do crédito habitação mais baixo possível. Contudo, e embora este seja um indicador a considerar, não é o mais relevante, uma vez que o spread do crédito habitação é apenas um dos custos do empréstimo, não retratando a totalidade de encargos que terá com o crédito para a aquisição da casa.

Na comparação das propostas de crédito habitação com o mesmo montante, prazo e modalidade de reembolso, deve-se analisar dois indicadores essenciais: o MTIC e a TAEG. 

Estes irão afirmar qual a melhor solução para o bolso de cada um, não o spread do crédito habitação. 

Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC)
este indicador abrange o montante total do empréstimo mais os restantes custos do crédito, como os juros, comissões, impostos e outros encargos. 

De destacar que ao contratar um crédito habitação com taxa variável, os custos totais do empréstimo podem diferir consoante o desempenho do indexante ao longo da vigência do contrato. Todavia, o MTIC é um aspeto relevante quando contrata o crédito, uma vez que irá identificar qual das propostas será menos cara no global.

Taxa anual de encargos efetiva global (TAEG)
No caso da TAEG, esta mede o custo do empréstimo, por ano, em percentagem do montante emprestado. Nesta taxa já estão abrangidas os juros, comissões, despesas, impostos e seguros. 

Desta forma, de realçar que ao comparar propostas, a TAEG oferece uma visão muito mais global do que o spread do crédito habitação.

Mito 2: Quanto maior o prazo do empréstimo, menos se paga
É verdade que quanto mais longo o prazo do crédito habitação, menor o valor da prestação mensal. No entanto, isto não quer dizer que o crédito fique menos caro.

Pelo contrário, a prestação do crédito habitação abrange uma parcela do capital emprestado e outra de juros, e quanto maior for o prazo do crédito habitação, maior será o período em que estará a pagar juros. 

Desta forma, no final, estará a pagar mais pelo mesmo dinheiro.

Por outras palavras, a idealização de quanto maior for o prazo do crédito habitação melhor, não acontece dessa maneira, sendo essencial tomar uma decisão ponderada sobre esta questão procurando um prazo do crédito habitação tão curto quanto possível, desde que possibilita pagar o valor mensal da prestação confortavelmente.

Mito 3: Abrir conta no Banco para formalizar um crédito habitação 
Dispor de uma conta na entidade credora em que pretende recorrer a um crédito não é obrigatório, em teoria. Contudo, é uma condição exigida pela maioria dos Bancos, que observam o crédito habitação como um produto âncora que possibilita fidelizar o cliente e subir a probabilidade de contratar outros produtos financeiros. Mas nem sempre é assim.

Mito 4: Contratar outros produtos para poupar
No caso de procurar o melhor crédito habitação para o seu bolso, já deve ter realizado uma séria de simulações em vários Bancos. Nessas propostas é possível terem sugerido a contratação de outros produtos, como a domiciliação do ordenado, seguros ou cartões de crédito, em troca de uma bonificação no spread do crédito habitação.

Se considera que um spread do crédito habitação inferior é equivalente à poupança, é possível que esteja enganado. A contratação de outros produtos pode envolver mais custos, podendo não tornar a sua contratação vantajosa. 

Neste sentido, o valor que se poupa com o spread do crédito habitação, pode acabar por gastá-lo com outros custos posteriormente. Deve por isso analisar se a diminuição no spread do crédito habitação é realmente vantajosa através do MTIC e da TAEG. 

A sobressair que ao aceitar contratar produtos adicionais para diminuir o spread do crédito habitação assume um compromisso adicional. O que retrata que durante a vigência do empréstimo não pode cancelar os produtos em questão ou verá o spread contratado (mais barato) passar para o valor do spread base (mais caro).

Mito 5: Preciso de um fiador para recorrer a um crédito
Ao recorrer um crédito habitação para comprar uma casa serão sempre exigidas certas garantias para certificar que, independentemente da situação financeira, o banco recebe o dinheiro que emprestou. No entanto, essas garantias não se traduzem sempre em fiadores. 

A principal garantia que será requisitada é a hipoteca do imóvel que se compra.

Todavia, para subir as garantias de pagamento e atribuição do crédito determinados Bancos poderão solicitar fiadores. Desta forma, se um Banco colocar como condição a existência de fiador não parta do princípio de que todos vão fazer o mesmo.

Mito 6: Dirigir-se ao banco para formalizar um crédito habitação
A conceção de que, para solicitar uma proposta de crédito habitação, é necessário dirigir-se ao balcão de uma agência bancária e sair de lá com inúmeros documentos está ultrapassada. Hoje em dia, apenas é preciso um computador com acesso à internet.

Fonte: Super Casa
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