Investimento imobiliário é refúgio contra subida de juros e inflação

Segmentos da logística, hotelaria e escritórios são os que têm atraído mais investidores, diz estudo.
29 set 2022 min de leitura

O ambiente atual é marcado pela alta inflação que se faz sentir no espaço europeu e que atingiu os 9,1% em agosto – o maior valor dos últimos 30 anos. E também pela subida das taxas de juro diretoras pelo Banco Central Europeu, que já aumentaram em 125 pontos base e devem continuar a crescer. Todos estes fatores vão influenciar os mercados e o imobiliário não é exceção. Para já, o investimento imobiliário continua a ser um refúgio para os investidores nacionais e internacionais. E os segmentos da logística, hotelaria e escritórios são aqueles que têm demonstrado maior atratividade por parte dos investidores.

Todos os fatores que hoje marcam o ambiente económico e geopolítico “serão certamente determinantes na performance do mercado imobiliário, num futuro próximo, nomeadamente no fluxo de liquidez que poderá começar a escassear e a impor maior cautela aos investidores”, destaca o estudo da B.Prime em comunicado enviado às redações.

No que diz respeito ao investimento imobiliário comercial, o mesmo estudo prevê que o volume de negócios de 2022 iguale o período pré-pandemia, até porque há vários portfólios de grande dimensão em fase avançada de negociação. Além disso, “os ativos portugueses continuam a apresentar yields muito competitivas e a atrair capital estrangeiro, que por si só representa 75% do volume total aplicado em Portugal”, explicam na mesma publicação dando nota que as transações no nosso país estão a ser levadas a cabo sobretudo por espanhóis, alemães e suíços.

Mas também deixam o alerta para um período de maior cautela por parte dos investidores. “É previsível um ajustamento das yields justificado pela alteração do cenário macroeconómico, ainda assim menos significativo em comparação com outros mercados europeus, onde as yields sofreram compressões mais acentuadas ao longo dos últimos anos”, explica Nuno Ferreira, investment da B. Prime.

Apesar das mudanças à espreita, Nuno Ferreira assume que “o mercado manteve-se e deverá manter-se dinâmico em 2023 dada a liquidez existente e a consolidação de Portugal como destino para investidores internacionais”.

Como está a procura por escritórios e ativos de logística?

Após o debate público que o teletrabalho gerou, a retoma da atividade no setor dos escritórios veio confirmar a “robustez” deste tipo de ativos, dizem no mesmo relatório. E há dados que sustentam esta afirmação: o mercado de Lisboa está atualmente a menos de 35.000 m2 de atingir o melhor 'take up' de sempre.

As empresas que mais procuram espaços no mercado de escritórios de Lisboa e do Porto são as da área de Sistemas de Informação (representam quase metade da totalidade da procura). E também há cada vez mais empresas a valorizar imóveis que possuem as principais certificações de sustentabilidade (BREAM, LEED ou WELL) – isto leva a que os próprios proprietários investiam mais melhorar a eficiência energética dos edifícios, numa ótica de valorização dos seus portfólios, poupança energética, mas também por uma questão de responsabilidade social.

No segmento da indústria e logística, o mesmo estudo sublinha que existe “uma escassez de produto, mas uma procura crescente”, o que tem levado a uma pressão nas rendas e a uma compressão das yields.

Já o retalho, que foi o setor “mais fustigado” pela pandemia, tem tido um comportamento assimétrico, consoante o tipo ativo, concluem.

Fonte: Idealista News

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