Metade dos portugueses diz que faria ajustes na casa devido à pandemia

Estudo da JLL conclui que 43% dos portugueses mudaria de casa devido ao confinamento, um número muito superior ao verificado na pré-pandemia (19%).
24 jul 2020 min de leitura

Quase metade dos portugueses (49%) faria ajustes na casa devido à pandemia, sendo a criação de um espaço de trabalho (51%), a modernização do espaço exterior (34%) e a redecoração da casa (33%) as principais alterações. Estas são algumas das conclusões do inquérito “Nova vida, Nova casa?”, realizado pela consultora JLL. Segundo o mesmo, os portugueses sentem agora, num cenário pós-confinamento, mais necessidade de ter um espaço exterior privado e uma área reservada para trabalho. Uma ideia, de resto, também deixada pelas mediadoras ouvidas pelo idealista/news.

Segundo o estudo – foram inquiridas cerca de 1.400 pessoas, 59% do sexo feminino e 41% do masculino, em junho –, 43% dos portugueses mudaria de casa como consequência do confinamento, quando antes da pandemia apenas 19% estava à procura de uma nova habitação. E mais: no processo de procurar uma nova casa, a possibilidade de ter um espaço exterior privado foi o fator que ganhou maior relevo no pós-Covid-19, passando no grau de “muito importante” de cerca de 38% para 60%. De referir que quem vive num apartamento foi quem mais passou a valorizar este fator (aumento de 23%), destacando-se os inquiridos que vivem com parceiro/a e filhos. 

“Sendo certo que a principal função da casa será sempre relacionada com o dia a dia pessoal, e que a escola, trabalho e o lazer continuarão a realizar-se maioritariamente fora da residência, o facto é que a pandemia confrontou-nos com a necessidade de utilizar os espaços que tínhamos para todas estas funções de forma simultânea. Esta experiência veio mudar inevitavelmente a forma como olhamos as nossas casas e veio evidenciar novas prioridades. A casa pós-Covid deixa de ser um refúgio de final de final/início de dia, muitas vezes com uma perspetiva utilitária, para ser um espaço onde o conforto, o lazer e a facilitação de um leque mais vasto de atividade deve poder ocorrer”, disse Maria Empis, Head of Strategic Solutions da JLL, citada em comunicado.

"Só nos últimos três meses, em plena pandemia, a JLL teve um aumento de 24% nas vendas e arrendamentos de casas com terraço"
Patrícia Barão

Uma opinião, de resto, partilhada por Patricia Barão, Head of Residential da JLL, que considera que a procura por espaços exteriores intensificou-se devido ao confinamento. “A existência de espaços exteriores permite maior sensação de bem-estar, praticar exercício físico ao ar livre ou simplesmente relaxar. Só nos últimos três meses, em plena pandemia, a JLL teve um aumento de 24% nas vendas e arrendamentos de casas com terraço”, comenta.

existência de um “escritório doméstico” também passou a ser uma prioridade para os portugueses, na sequência do teletrabalho. O inquérito da JLL revela que ter um espaço privado para o trabalho ganhou uma importância acrescida com a pandemia, passando de um critério de cerca de 20% dos inquiridos para cerca de 40%.

Segundo o estudo, se é verdade que 43% das pessoas mudaria de casa como consequência da pandemia, apenas 15% se mudaria para fora das cidades/centros urbanos, sendo que todos os aspetos que antes se valorizavam na casa também não perderam importância face ao pré-covid, como por exemplo a luz natural, a temperatura, pouco ruído, internet potente, eficiência energética e a proximidade de zonas verdes.

“O mercado residencial tem sido visto como um dos mais resilientes durante a pandemia, inclusive resistindo à pressão dos preços. O grande impacto foi na atividade de venda, que mesmo assim não parou e já está a recuperar. É um mercado de futuro para o investimento imobiliário e um motor para a recuperação da nossa economia”, conclui Patrícia Barão.

Fonte: Idealista News

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