Amortização do crédito habitação em alta – ajuda a descer prestações

Há redução da prestação e do custo total do empréstimo. E há ainda incentivos para amortizar o crédito em 2024.
21 nov 2023 min de leitura

Num momento em que as prestações da casa estão a subir, as famílias estão a procurar formas de reduzir as despesas com o crédito habitação. E uma das estratégias encontradas passa mesmo por amortizar o empréstimo antecipadamente, que tem ganho cada vez mais adeptos. Até porque hoje os mutuários contam com apoios públicos neste sentido. Exemplo disso é a suspensão da comissão de amortização antecipada e ainda o resgate dos Plano de Poupança e Reforma (PPR) sem penalizações, que vão continuar em vigor em 2024.

Há cada vez mais famílias a optar por amortizar o crédito habitação em Portugal, seja total ou parcialmente. Os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP) revelam as amortizações parciais e totais representavam 0,9% do montante total de empréstimos habitação própria e permanente em setembro de 2023. Esta percentagem contrasta com a apurada há um ano, quando as amortizações antecipadas representavam apenas 0,52% deste montante.

Se contabilizarmos as amortizações antecipadas dos empréstimos destinados à compra de habitação própria e permanente desde janeiro até setembro, verificamos que totalizam 6,3 mil milhões de euros, mais 64% do que um ano antes, quando foram registados 2,29 milhões de euros em amortizações antecipadas, segundo os dados do regulador citados pelo Dinheiro Vivo.

Optar por amortizar o crédito habitação totalmente – que é a forma mais adotada atualmente, segundo os dados do BdP – significa ficar sem a dívida da compra da casa no banco e deixar, assim, de pagar a prestação da casa. Há, contudo, muitas famílias com elevados capitais em dívida que não o conseguem fazer, pelo que optam por usar as poupanças - que não lhes façam falta para uma emergência - para amortizar o empréstimo da casa parcialmente, reduzindo, assim, a prestação da casa.

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Amortizar o crédito habitação parcialmente ajuda a reduzir prestação

A verdade é que, para quem tem poupanças disponíveis, amortizar o crédito habitação parcialmente é uma boa forma de reduzir a prestação da casa e aliviar as finanças da família, tal como revela este exemplo da Deco citado pelo mesmo jornal.

Segundo as contas da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, uma família que tenha contratado um crédito habitação de 150 mil euros em novembro de 2008, indexado à Euribor a 12 meses, com um prazo de 30 anos e um spread de 1%, paga atualmente uma mensalidade de 690,98 euros. Mas se decidir amortizar antecipadamente 20 mil euros, a prestação vai passar a ser de 531,15 euros, já a partir de dezembro. Ou seja, a prestação da casa desce quase 160 euros (-23%).

Esta redução da prestação da casa também se reflete no montante total a pagar pelo empréstimo – reduzindo juros, comissões, impostos, entre outros encargos – que é dado pelo Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC). Neste exemplo, o valor total dos juros passam de 37.912 euros para cerca de 29 mil euros. Ou seja, há uma redução de quase nove mil euros só em juros. Além disso, ao reduzir o capital em dívida também vai diminuir o valor do seguro de vida, refere a mesma publicação.

 

Apoios para amortizar o crédito habitação continuam em 2024

Amortizar o crédito habitação parcialmente é uma forma de reduzir a prestação da casa e diminuir o custo total no crédito habitação, num momento em que as taxas Euribor continuam no patamar dos 4%, devido às taxas restritivas do Banco Central Europeu (BCE).

De notar ainda que esta é uma boa altura para o fazer, uma vez que o Governo prolongou até ao final de 2024 a suspensão da comissão de amortização antecipada para os créditos habitação a taxa variável ou mista em período variável até 300 mil euros. Quer isto dizer que não terão de pagar 0,5% sobre o capital amortizado, nem o respetivo imposto de selo.

Além disso, também será possível em 2024 resgatar capital dos Planos de Poupança Reforma (PRR) para amortizar o crédito habitação sem quaisquer penalizações, uma medida que foi, aliás, reforçada: passou de 12 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS) para 24 vezes o IAS no próximo ano, cerca de 12.240 euros.

Fonte: Idealista News

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