"Banca não quer ficar com casas, interessa que se paguem as dívidas"

Vítor Bento, presidente da APB, garante que a banca está empenhada em ajudar quem está com dificuldade em pagar prestação da casa.
24 mai 2023 min de leitura

As famílias com crédito habitação de taxa variável estão a sentir a prestação da casa a aumentar assim que é atualizada. Isto porque as taxas de juro estão a subir rapidamente e já estão em níveis de 2008. É o momento de fazer ginástica financeira para acomodar este aumento das prestações ou até mesmo recorrer à renegociação do crédito ou à bonificação dos juros. Muito poderá ser feito para evitar situações de incumprimento. E o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) garante que a banca está empenhada em ajudar as famílias em dificuldades. “Os bancos não querem ficar com as casas para coisa nenhuma”, sublinha Vítor Bento.

A subida dos juros nos créditos habitação tem dois lados. As famílias vêem as prestações da casa subir a pique e são as que contrataram créditos mais recentes as que estão a sentir mais estes aumentos. Mas há o outro lado da moeda: os bancos registaram as maiores margens de lucro dos últimos anos. E a subida de juros não deverá ficar por aqui: "As taxas [de juro] vão continuar a subir. E depois, quando pararem de subir, vão estabilizar durante meses, antes de começarem a descer", prevê.

Num momento em que há famílias em dificuldades em pagar os créditos da casa, a banca tem sido acusada de não facilitar as condições a quem tem empréstimos. Mas será mesmo assim? Vítor Bento, presidente da APB, garante que a que a banca está empenhada em ajudar as famílias em dificuldades, até porque não têm interesse em ficar com as casas.

“É do interesse dos bancos que as pessoas consigam pagar as dívidas. Os bancos não querem ficar com as casas para coisa nenhuma, até porque isso depois dá-lhes muitíssimo mais trabalho e pouco proveito. Depois tem de pôr os créditos em créditos em incumprimento e, portanto, os bancos querem que os seus clientes paguem”, assegura Vítor Bento citado pela Rádio Renascença.

Renegociações e bonificação dos juros: banca está “empenhada”

Para que as famílias não entrem em incumprimento, Vítor Bento garante ainda que os bancos estão a fazer tudo para ajudar as famílias em dificuldade a pagarem as prestações da casa, cooperando na renegociação dos créditos habitação – só os cinco maiores bancos renegociaram mais 30 mil contratos.

Além disso, também estão focados em agilizar os pedidos de bonificação dos juros, uma medida de apoio do Mais Habitação que já está em vigor desde a semana passada. “O setor está empenhadíssimo”, sublinha o presidente da APB, dando nota ainda que “são os bancos estão a assumir os custos de processamento dessas transações”, que são “muito grandes”.

“Se houver clientes que estão numa fase da sua vida que é percetível, que é transitória e que é recuperável, os bancos, estou seguro, que farão o melhor possível da parte deles para facilitar a vida dessas pessoas”, garante Vítor Bento.

Remunerações nos depósitos vão subir mais

Apesar de a banca ter registado lucros dada a subida dos juros, as remunerações nos depósitos ainda são baixas no nosso país, tanto que só no primeiro trimestre de 2023 os cinco maiores bancos do país perderam 4 mil milhões de euros em depósitos.

Sobre este ponto, Vítor Bento acredita que os bancos mais tarde ou mais cedo vão começar a competir entre si e a subir as taxas dos depósitos para atrair famílias. “Há já muitos bancos que já estão a pagar acima disso [0,9%] e acima de 2%”, garante o presidente da APB. Neste contexto, as famílias acabam por movimentar-se de banco em banco, procurando aqueles que oferecem melhores remunerações.

Fonte: Idealista News

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