A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 0,947% em abril, inferior à verificada no mês anterior (0,998%) e no período homólogo (1,073%). De referir que esta é a taxa de juro mais baixa desde, pelo menos, janeiro de 2009 (5,798%). Em causa estão dados divulgados esta quarta-feira (20 de maio de 2020) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que refletem já o impacto da pademia do novo coronavírus.
“Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro foi 0,891% (1,118% no período precedente). Recorde-se que as taxas de juro implícitas são obtidas por quociente entre juros pagos e capital em dívida. As reduções das taxas, bem como da prestação média mensal, observadas em abril, poderão estar associadas às alterações decorrentes do regime de moratória, estabelecido no Decreto-Lei nº10-J/2020. A moratória suspende, pelo prazo de seis meses, o pagamento, total ou parcial, da prestação mensal das famílias com crédito à habitação”, revela o INE.
Segundo o instituto, para o destino de financiamento Aquisição de Habitação, o mais relevante no conjunto dos empréstimos para compra de casa, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 0,964% (-5,5 pontos base face a março). Já nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro fixou-se em 0,882%.
No que diz respeito ao valor médio da prestação vencida, e considerando a totalidade dos contratos, desceu 12 euros, para 237 euros. “Deste valor, 42 euros (18%) correspondem a pagamento de juros e 195 euros (82%) a capital amortizado”, conclui o INE, salientando que nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação desceu para 272 euros.
Já o capital médio em dívida aumentou 46 euros em abril face ao mês anterior, fixando-se em 53.886 euros. “Para os contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida foi 107.887 euros, mais 1747 euros que em março”, lê-se na nota.